Quando um empreendedor, ou empresário, é confrontado com o desafio de criar uma Marca, há alguns erros que deve procurar evitar, para criar uma ferramenta que verdadeiramente aporte ao negócio.
Deixamos-lhe aqui cinco dos erros que mais comuns neste processo.
- Confundir Marca com logótipo:
O sucesso de uma Marca depende da capacidade de “plantar” uma ideia consistente na cabeça das pessoas ao longo do tempo. Uma Marca é, acima de tudo, perceção. Por isso, criar uma Marca não é fazer um logótipo. O logótipo é apenas uma das dimensões a ter em conta quando se cria uma Marca.
Variáveis como a promessa, a escolha cromática, a fonte utilizada, os valores da empresa, o atendimento ou a imagem dos pontos de contacto são aspetos determinantes na construção da Marca. - Decidir a Marca porque … “eu gosto”A criação da Marca é um momento importante. É encarado muitas vezes como “batizar um filho”. Sendo relevante que os decisores se identifiquem com a Marca, o mais importante é que – acima de tudo – ela seja adequada aos públicos e clientes e que sirva os propósitos do negócio.
Assim, quando tiver de decidir uma Marca, mais importante do que gostar, é acreditar que os seus clientes venham a gostar e que a marca funcionará bem para o negócio em particular. - Estabelecer uma promessa pouco relevanteTomando como princípio que uma Marca deve acima de tudo comportar uma promessa, é importante que a definição dessa promessa seja relevante para o consumidor e para o seu público.
Por vezes, a promessa é feita apenas com o nosso coração, assente em valores que são muito importantes para nós, mas não são relevantes para o consumidor e para o mercado. Um valor específico de família, uma “private joke” podem ser muito importantes para o circulo interno, mas são muitas vezes difíceis de interpretar.
Assim, ao pensar naquilo que pode afirmar sobre a Marca, lembre-se que deve encontrar sempre uma afirmação que seja pertinente e relevante para o cliente final e não apenas para si. - Ser inconsistente na aplicação da Marca
Depois de investido o esforço em pensar a promessa da Marca e de definir uma identidade visual, que seja eficiente e distintiva, é importante manter a coerência como um objetivo.
De pouco vale fazer um esforço de pensar a Marca, se a seguir, na sua aplicação, não o fizer de modo rigoroso. A forma como essa Marca vai ser “aplicada”, não é apenas em termos visuais e gráficos, mas é também igualmente importante assegurar-se que os valores que a Marca defende são percebidos pelas equipas e são postos em prática nos inúmeros pontos de contacto que a Marca tem: a loja, a linha de atendimento, etc. - Poupar para além do razoávelA construir a Marca “gasta-se” ou “investe-se”? Esta questão parece um lugar-comum, mas é frequente assistir a situações em que o investimento na construção da Marca é encarado como um gasto, logo, um momento em que se procura que o “gasto” seja o menor possível.
É verdade que o momento de arranque dos negócios e dos projetos é sempre um momento de esforço, porque o negócio ainda não começou a “render”. É importantíssimo que se tenha presente que este momento de arranque é também – por excelência! – um momento de investimento. E se é legítimo que se procure eficiência nos investimentos, é importante que se distinga entre “poupar” e “comprometer”.
O investimento na criação de uma Marca com boas bases será sempre um investimento com retorno, desde que acompanhada de produtos ou serviços pertinentes e relevantes. A definição de uma estratégia sólida, uma promessa bem formulada, uma identidade que responda ao crescimento das necessidades do negócio e que se adapte bem a diferentes suportes e contextos são elementos cujo valor real só é muitas vezes tangível já em fases mais avançadas de maturidade do negócio. Ou, pela inversa, a ausência destas bases sólidas (um “ativo”) podem gerar custos e gastos muito superiores.
Por isso, na hora de fazer as suas contas, veja bem se – como diz a sabedoria popular – não vai poupar no farelo, para depois gastar na farinha.
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